Dez centrais sindicais divulgaram nesta segunda-feira (30) um manifesto contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor de uma harmonia entre os três poderes.
"O próprio presidente se encarrega pessoalmente de gerar confrontos diários, criando um clima de instabilidade e uma imagem de descrédito do Brasil", diz o documento assinado por Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e outras representações trabalhistas.
O texto é um contraponto ao manifesto que é articulado pela Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que também prega a pacificação dos poderes, mas não cita Bolsonaro.
— O documento passa pano. Fala para os três poderes, como se os três poderes estivessem prejudicando o país. Não é verdade, quem está prejudicando o país é Bolsonaro — afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna, ao Estadão.
O manifesto da Fiesp e Febraban ainda não teve a sua versão final e oficial divulgada até o momento.
O texto feito pelas centrais sindicais afirma que Bolsonaro quer saídas "não constitucionais e golpistas".
"Ninguém aguenta mais. Vivemos no limiar de uma grave crise institucional. A aparente inabilidade política instalada no Planalto que acirra a desarmonia entre os poderes da República esconde um comportamento que visa justificar saídas não constitucionais e golpistas."
Apoiadores de Bolsonaro organizam atos em várias cidades no feriado de Sete de Setembro. Entre as pautas das manifestações estão ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).