O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (16) que abriu uma apuração preliminar para avaliar se a conduta de Jair Bolsonaro nos ataques ao sistema eletrônico de votação configura crime.
A manifestação é uma resposta à ministra Cármen Lúcia, que cobrou por duas vezes uma posição do procurador-geral sobre o tema. Nesta segunda-feira, a ministra estabeleceu prazo de 24 horas para a PGR enviar uma resposta.
"Os fatos narrados nestes autos são graves, de interesse exponencial da República. O manifesto interesse público e superior da nação impõem a observância de prioridade no andamento processual do caso", escreveu a ministra.
O pedido de investigação considera declarações de Bolsonaro em uma transmissão ao vivo no fim de julho — na ocasião, sem apresentar provas, o presidente da República mostrou vídeos que apontavam supostos problemas nas teclas da urna e criticou a suposta exclusividade do Brasil no uso do sistema.
Nesta apuração preliminar, Aras deve avaliar se há elementos que indiquem possíveis crimes para justificar o pedido de abertura de inquérito. O presidente já é investigado no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques à legitimidade das eleições.