O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) acredita que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello cometeu crime de falso testemunho ao dizer, em depoimento à CPI da Covid, que não participou das negociações da compra de vacinas contra o coronavírus. Para o parlamentar, o vídeo vazado no qual o então chefe da pasta aparece em reunião com intermediários da venda de doses do imunizante Coronavac, comprova que os relatos dados à comissão são mentirosos.
— Basta nós constatarmos o depoimento do ministro na comissão parlamentar de inquérito e o fato de o próprio vídeo mostrar que ele fazia o contrário do que falava na CPI — disse Randolfe neste sábado (17), em entrevista à GloboNews.
Pazuello alegou que teria ficado de fora das tratativas de aquisição de vacinas por haver entraves éticos na participação de um ministro da Saúde em processos de compra da pasta. Os valores negociados eram três vezes maiores do que os oferecidos pelo Instituto Butantan, entidade responsável pelo desenvolvimento da Coronavac em parceria com a empresa chinesa Sinovac.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a utilização da vacina e questionou sua eficácia em diversas oportunidades. Em outubro do ano passado ordenou a Pazuello que cancelasse a compra dos imunizantes do Butantan.
O dono da empresa World Brands Distribuição, representada pelos intermediários com os quais Pazuello se reuniu, Jaime José Tomaselli, foi condenado pela Justiça Federal de Itajaí (SC) por fraude em importação.
— Em março, quando, exatamente por conta da omissão na negociação com a Pfizer, nós estávamos com três mil mortos por dia, ele aparece negociando com uma empresa 171 intermediária de vacinas. Mas esse é o menor dos crimes do senhor Pazuello — disparou Randolfe.
Além do crime de falso testemunho, o senador acusou Pazuello de corrupção ativa e passiva e tráfico de influência.
—Nós vamos aprofundar a investigação nesses crimes — declarou.