O governo publicou no Diário Oficial da União desta quarta-feira (21) a mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Senado indicando o nome de Augusto Aras para ser reconduzido ao cargo de procurador-geral da República, com mandato de dois anos.
Na terça-feira (20), Bolsonaro já havia anunciado que proporia a recondução de Aras. "Encaminhei ao Senado Federal mensagem na qual proponho a recondução ao cargo de Procurador-Geral da República o Sr. Antônio Augusto Aras", escreveu.
Com a decisão, o presidente rejeita novamente a lista tríplice proposta pelo Ministério Público Federal após processo de votações internas no órgão.
A subprocuradora Luiza Frischeisen venceu a eleição com 647 votos, seguida por Mario Bonsaglia, que teve 636 votos, e por Nicolao Dino, com 587 votos. Todos eles faziam oposição a Aras.
Além das críticas pela falta de atuação em relação ao governo, uma das principais controvérsias envolvendo o atual procurador-geral é a cruzada promovida por ele contra a Operação Lava-Jato. Aras pôs fim às forças-tarefas como grupos de trabalho isolados e integrou os procuradores em Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos).
Em setembro do ano passado, ele pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitasse ação que questionava o direito do senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ), ao foro privilegiado no caso das "rachadinhas".
Em maio, Aras enviou ao Supremo parecer contra a abertura de investigação sobre os R$ 89 mil em cheques depositados na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, pivô da investigação das "rachadinhas" envolvendo Flávio, e pela mulher dele, Márcia Aguiar.