O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolheu o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, para a vaga de Marco Aurélio Mello — que se aposenta no próximo dia 12 — no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi divulgada em reunião com ministros de governo no Palácio da Alvorada, da qual Mendonça participou, na manhã desta terça-feira (6).
Segundo o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, o anúncio oficial e o encaminhamento do nome de Mendonça ao Senado devem ocorrer na segunda quinzena de julho, entretanto, Bolsonaro não falou em prazos durante a reunião.
O presidente havia dito que indicaria um nome "terrivelmente evangélico", e alguém que pudesse "tomar cerveja comigo". A indicação faz com que o presidente cumpra uma de suas promessas. Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília. O advogado-geral da União enfrenta resistências no Senado, mas o presidente avalia que esse quadro é reversível.
— Vou indicar um evangélico agora — disse Bolsonaro na segunda-feira (5), ao conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. — Quem conseguir se eleger em 22 (2022), no primeiro semestre de 23 (2023), indica mais dois (nomes). Se for uma pessoa que tem o seu padrão de comportamento e de vida, vão ser duas pessoas do padrão de vocês para lá. E vai mudando, pô! — completou.
Desde o início de seu mandato, Bolsonaro indicou apenas um ministro para o STF: Kassio Nunes Marques. O presidente conversou com Mendonça ainda na segunda, no Palácio do Planalto, e o aconselhou a deflagrar nova ofensiva para se aproximar dos senadores. Cabe ao Senado sabatinar o indicado do presidente para atestar o seu notório saber jurídico e votar em duas sessões, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, a aprovação ou rejeição do indicado ao cargo de ministro do STF.
Neste momento, Mendonça trabalha no Senado pelos votos que precisa para virar ministro do Supremo. Logo após a reunião no Planalto, o advogado-geral da União colocou a estratégia em prática e foi almoçar no gabinete do senador Wellington Fagundes (PL-MT). Também participam do encontro parlamentares do DEM, PSDB, PL e PSC. No almoço no Senado, Mendonça declarou estar fazendo uma "peregrinação".