A Justiça determinou o afastamento do secretário municipal de infraestrutura de Cachoeirinha, Carlos Leonardo Charão, após uma investigação do Ministério Público apontar desvios milionários em contratos de limpeza urbana e conservação. Nesta terça-feira (1º), foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, como na sede da prefeitura da cidade, e às empresas contratadas.
De acordo com a apuração do MP, há a suspeita de que aproximadamente 45% dos valores contratados com empresas de limpeza urbana, conservação e manutenção de ruas eram desviados. Há irregularidades apontadas na investigação desde 2017, primeiro ano de gestão do atual prefeito, Miki Breier (PSB), que foi reeleito.
Charão já foi diretor de serviços urbanos e secretário interino da pasta que hoje comandava. Ele é vice-presidente do Partido Social Democrático (PSD) de Cachoeirinha.
A operação foi denominada "Proximidade", em alusão ao suposto vínculo preexistente entre o secretário e o representante da empresa contratada. Além do político, um servidor público da prefeitura também foi afastado a pedido do MP, com autorização da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Um empresário foi impedido de contratar a prefeitura.
Além dos afastamentos, a investigação obteve a suspensão imediata do contrato de limpeza urbana, conservação, manutenção de próprios e logradouros públicos entre a empresa investigada e a prefeitura.
Os crimes investigados são corrupção ativa e passiva, desvio de verbas públicas, dispensa indevida de licitação, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além de Cachoeirinha, foram cumpridos mandados em Gravataí, Porto Alegre e Curitiba.
GZH procurou a prefeitura de Cachoeirinha e aguarda um posicionamento. A reportagem também ligou para um dos telefones de Charão para ouvir sua versão. Um assessor atendeu e disse que não conseguiu falar com o político em razão da investigação.