O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou segundo depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira (8). A convocação de Queiroga foi antecipada após o anúncio de que o Brasil sediará a Copa América e depois das falas da médica Luana Araújo à comissão.
Primeiro depoimento de Queiroga na CPI, em maio, foi considerado contraditório por alguns senadores,
O ministro voltou a afirmar que toda a população brasileira acima de 18 anos será vacinada até o final do ano. Questionado sobre os atos do presidente Jair Bolsonaro, como promover aglomerações em meio à pandemia, disse que não é "censor" do presidente
Sobre a Copa América no Brasil, afirmou:
— Avaliamos os protocolos da CBF e da Conmebol. Eles estão de acordo. — Copa América não é um evento de grandes proporções, não é uma Olimpíada — declarou, acrescentando:
—Risco que a pessoa tem de contrair covid será o mesmo com ou sem jogo.
Queiroga admitiu falta de comprovação sobre a cloroquina. Segundo ele, a discussão sobre o tratamento precoce tem gerado "forte divisão na classe médica"
O ministro mudou versão sobre o motivo de a infectologista Luana Araújo não ter sido efetivada em cargo no Ministério da Saúde.
— Não houve óbices formais da Secretaria de Governo e da Casa Civil — disse ele, acrescentando ter sido uma decisão pessoal
Queiroga disse ainda que teve contatos com o filho de Bolsonaro e vereador, Carlos Bolsonaro, a médica Nise Yamaguchi, o empresário Carlos Wizard e o deputado federal Osmar Terra. O ministro, por outro lado, negou ter tido contato com o Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, ou com o virologista Paolo Zanotto. Essas pessoas, segundo a CPI, fariam parte de um grupo de assessoramento do presidente
Por volta das 12h30min, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), precisou suspender por 10 minutos a sessão em razão de uma discussão acalorada entre Queiroga e o senador Otto Alencar (PSD-BA). O bate-boca começou após o senador perguntar se Queiroga tinha lido as bulas das vacinas contra covid-19 aplicadas no país, recebendo uma resposta negativa. Otto classificou o ato como "irresponsável".