O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou à CPI da Covid no Senado que teve contatos com o filho do presidente Jair Bolsonaro e vereador Carlos Bolsonaro, a médica Nise Yamaguchi, o empresário Carlos Wizard e o deputado federal Osmar Terra. O ministro, por outro lado, negou ter tido contato com o Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, ou com o virologista Paolo Zanotto.
O grupo, também chamado de "gabinete das sombras" ou "gabinete paralelo", é visto por membros da comissão de inquérito como núcleo de assessoramento auxiliar de Bolsonaro em assuntos relacionados à pandemia da covid-19, bem como impulsionador de teorias negacionistas sobre a gravidade da doença.
— O fato desses médicos defenderem tratamento A, B, C ou D não quer dizer que o ministro da Saúde não possa participar — disse Queiroga sobre reunião com membros do grupo para a qual enviou um representante do Ministério da Saúde.
— Não quer dizer que se eu participar do evento, ratifique o que há ali, mas não participei — completou Queiroga nesta terça-feira (8).
Sobre a pergunta do relator Renan Calheiros (MDB-AL) se o grupo agiria em questões do Ministério da Saúde, Queiroga negou e disse desconhecer a influência.
O ministro disse que tratou com o deputado Terra de estudos sorológicos e com a médica Nise Yamaguchi sobre o protocolo em Cuba para uso da cloroquina em pacientes da covid-19.
— Ela me entregou, mostrou aquilo lá e eu recebi como eu recebo outras pessoas — afirmou o ministro.