Em depoimento à CPI da Covid, nesta quinta-feira (20), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello atribuiu à empresa White Martins e ao governo do Amazonas a responsabilidade pela crise de desabastecimento de oxigênio no início do ano em Manaus.
Voltando a se eximir de culpa no episódio, Pazuello afirmou que a White Martins, fornecedora de oxigênio, teria responsabilidade porque não colocou de "forma clara, desde o início" que estaria consumindo a reserva estratégica do produto. Já sobre o governo estadual, o ex-ministro alegou que a preocupação com o acompanhamento do oxigênio não era "foco" da Secretaria de Saúde local.
— No plano de contingência apresentado a nós, não foi apresentada nenhuma medida de oxigênio — afirmou o ex-ministro.
— A White Martins já vinha consumindo reserva estratégica e não fez essa posição de forma clara desde o início. Não tem como isentarmos essa posição, primeira responsabilidade. E se a Secretaria de Saúde tivesse acompanhado de perto, teria descoberto que estava sendo consumida a reserva estratégica. Vejo duas responsabilidades muito claras, começa na empresa que consome e não se posiciona de forma clara — disse ele.
Em seguida, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu que a empresa não teria culpa, porque a demanda por oxigênio na ocasião aumentou em nível não esperado. Apesar de ter dito no minuto anterior que havia responsabilidade da White Martins no caso, Pazuello então concordou com o parlamentar.
A partir daí, afirmou que a "responsabilidade clara" era da Secretária de Estado do Amazonas.
— Da nossa parte fomos muito proativos — alegou o ex-ministro.
O governo do Amazonas e a White Martins ainda não se pronunciaram sobre as falas de Pazuello na CPI.