O ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello atribuiu à secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Mayra Pinheiro, a autoria do ofício recomendando aos Estados brasileiros que "fosse difundido e adotado o tratamento precoce como forma de diminuir o número de internações e óbitos".
O tratamento precoce, ainda que falte comprovação de sua eficácia, é defendido por membros do governo federal como alternativa a medidas de prevenção como o distanciamento físico entre as pessoas e o uso de máscaras.
Em depoimento à CPI da Covid no Senado, Pazuello disse que "o atendimento imediato com a prescrição do médico, dos medicamentos disponíveis, reduz a quantidade de pessoas que vai chegar na fase de agravamento da doença".
— Se não controlássemos a entrada do sistema de saúde, o meio, pacientes com sintomas de médio a grave, seria impactado demais — disse Pazuello desenhando a curva com as mãos.
— Em momento algum pode parar o atendimento imediato.
Mayra seria ouvida nesta quinta-feira (20) pela comissão, mas a oitiva foi transferida para a próxima terça-feira (25) em razão da continuidade do depoimento de Pazuello na quinta. Conhecida pelo epíteto de "capitã cloroquina", a secretária chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) habeas corpus pelo direito de não se autoincriminar perante a CPI, porém o pedido foi negado.
Apesar da defesa da prescrição médica para o uso do medicamento, Pazuello admitiu mais cedo em seu depoimento que quando foi acometido pela doença, em outubro do ano passado, mesmo sem recomendação do hospital que o atendeu, ter tomado "tudo que qualquer um podia me falar que tinha que tomar".