Na abertura da semana das comunicações no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (5), que o governo está na iminência de regulamentar o Marco Civil da Internet e que deve publicar um decreto para garantir a liberdade de expressão nas redes sociais.
– A minha rede social talvez seja aquela que mais interage em todo o mundo. Somos cerceados, como muitos que me apoiam são cerceados. Daremos liberdade e punições para quem porventura não respeite isso. Faremos isso (publicação do decreto) para que nosso Brasil possa ser livre e para que a população possa ter informações de verdade na ponta da linha. Vejam os senhores como era difícil fazer campanha quando não tínhamos telefone na mão.
No discurso, o presidente também defendeu o "filho 02", o vereador Carlos Bolsonaro, e os assessores presidenciais Tercio Arnaud Tomaz e José Matheus Salles Gomes, que comandam ataques a opositores do governo e ficaram conhecidos como integrantes do "gabinete do ódio".
– São pessoas perseguidas o tempo todo, como se tivessem inventado um gabinete do ódio – afirmou. – É o gabinete da liberdade, da seriedade.
Ainda sobre o filho Carlos Bolsonaro, o presidente disse que ele foi o marqueteiro de sua campanha e que não ganhou "milhões" no exterior, como outros publicitários que atuam nas eleições. Ele admitiu que as redes sociais tiveram papel excepcional em sua eleição e afirmou que elas são a forma de garantir a entrega de "informações de verdade" para a população.
Sem citar exemplos que confirmem sua afirmação e ignorando a beligerância com que trata os jornalistas, Bolsonaro também disse ser o presidente que "mais prega e age pela liberdade de imprensa".
– Estamos dando exemplo de como defender nossa liberdade de imprensa, por mais que possa ser opositora ao governo – afirmou.
Bolsonaro disse ainda que deve se encontrar ainda nesta quarta (5), no Rio de Janeiro, com Robson Nascimento de Oliveira, ex-motorista do jogador Fernando que foi preso na Rússia. Ele foi detido ao desembarcar com medicamentos considerados ilegais no país, mas que são de uso controlado no Brasil.
– Conversamos com governo russo, tive conferência com o presidente Vladimir Putin e agradeço por seu ato de grandiosidade de conceder o indulto – afirmou.
Bolsonaro aproveitou para defender o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, que, no último fim de semana, um mês após ser demitido, disse que o governo "perdeu a alma e o ideal".
– Esse bom relacionamento começou com Ernesto Araújo e continuou com ministro Carlos Alberto Franco França.