Manifestantes se reuniram na Marcha da Família Cristã pela Liberdade na tarde deste domingo (11), em Porto Alegre. O protesto, que ocorre também em outras cidades brasileiras, partiu da frente da estátua do Laçador e percorreu vias da Zona Norte até chegar à Avenida Goethe.
No encontro na capital gaúcha, estiveram presentes nomes como o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB nacional. Vestidos de verde-amarelo, manifestantes — vários deles desrespeitando o uso obrigatório da máscara — levaram para a Goethe cartazes em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e pedindo a adoção do voto impresso nas eleições brasileiras.
— O povo cristão não pode ficar enjaulado em suas casas. Precisa mostrar sua força nas ruas. É a nossa hora, é a nossa voz e a nossa vez — disse um dos manifestantes, que comandava o público presente do alto de um dos dois carros de som vistos na marcha.
A carreata gerou lentidão na entrada na Capital pela região do aeroporto Salgado Filho no início da tarde, mas, antes das 16h, não havia mais congestionamento. Os manifestantes se encontraram junto ao Parque Moinhos de Vento, o Parcão. Por volta das 16h, a Avenida Goethe estava bloqueada entre a 24 de Outubro e a Mostardeiro, no bairro Moinhos de Vento.
O protesto congrega cerca de 50 entidades conservadoras de todo o país, como o Movimento Avança Brasil, o Movimento Família Brasileira e a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil. Segundo site criado para o evento, o protesto é uma releitura da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, nome dado a uma série de manifestações públicas ocorridas no começo de 1964. Elas congregavam setores da classe média que temiam a instalação do comunismo no Brasil e eram favoráveis à deposição do presidente João Goulart.
No país
As manifestações ocorreram também em outras cidades dos país, como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande.
De acordo com registros dos atos nas redes sociais, em Brasília, um cartaz dizia que o povo e as Forças Armadas "salvaram a nação contra o comunismo" em 1964. Na capital paulista, a concentração na Avenida Paulista tocou a música Eu te amo, meu Brasil, popular durante a ditadura militar. Em Belo Horizonte, o jornal O Estado de Minas informou que o movimento pedia "uma nova Constituição que criminalize o comunismo" e intervenção das Forças Armadas.