O YouTube removeu neste sábado (6) um vídeo postado pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) em seu canal na plataforma por promover desinformação sobre a covid-19. No clipe, a deputada entrevistava o médico Alessandro Loiola sobre vacinação contra a doença e a respeito do livro que ele escreveu intitulado Covid-19: a fraudemia, que reúne teses e teorias conspiratórias a respeito da doença.
— A minha resposta será no Parlamento, como uma deputada que seguirá lutando pela liberdade de expressão e contra os abusos daqueles que se julgam donos da verdade e querem transformar a ciência em uma ciência fascista, sem espaço para o debate e a pluralidade — disse Bia ao Estadão/Broadcast, após saber da medida tomada pela plataforma de vídeos.
Por meio de nota, o YouTube declarou que "tem políticas claras sobre o tipo de conteúdo que pode estar na plataforma e não permite vídeos que promovam desinformação sobre a covid-19".
Segundo o site administrado pelo Google, o vídeo da deputada indicada pelo PSL para assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara não foi o primeiro a ser removido por este motivo.
"Desde o início de fevereiro, analisamos e removemos manualmente mais de 800 mil vídeos relacionados a afirmações perigosas ou enganosas sobre o vírus. É nossa prioridade fornecer informações aos usuários de maneira responsável, por isso continuaremos com a remoção de vídeos que violem nossas regras", finaliza o texto.
Recentemente, o YouTube havia removido outra entrevista dada por Loiola ao jornalista Luís Ernesto Lacombe. O médico também é creditado por um tuíte que teria inspirado uma citação feita pelo presidente Jair Bolsonaro em sua live de 25 de fevereiro. Na transmissão, Bolsonaro falou sobre um estudo alemão que aborda os efeitos colaterais do uso de máscaras, que comprovaria problemas do uso de acessórios por crianças. O artigo ainda não havia sido revisado por pares acadêmicos nem publicado por revistas científicas.