Ex-juiz responsável por casos da Lava-Jato em Curitiba e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro usou as redes sociais nesta sexta-feira, 12, para defender o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), dos ataques sofridos desde que anulou os processos e condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma tentativa de blindar as demais ações abertas na esteira da operação. Foi a primeira manifestação de Moro após a anulação das condenações proferidas por ele sobre o ex-presidente.
O ministro foi alvo de xingamentos de manifestantes que promoveram buzinaços perto do prédio onde ele mora no Jardim Social, bairro nobre de Curitiba. Depois disso, o STF reforçou sua segurança.
"Repudio ofensas e ataques pessoais ao Ministro Edson Fachin do STF, magistrado técnico e com atuação destacada na Operação Lava Jato. Qualquer discordância quanto à decisão deve ser objeto de recurso, não de perseguição", escreveu Moro no Twitter.
A suspeição do ex-juiz está sendo discutida na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. Até o momento, o único voto certo em seu favor parece ser o de Fachin. Na sessão de terça-feira (9) quando o julgamento sobre a conduta de Moro foi retomado, até mesmo a ministra Cármen Lúcia deu sinais de que pode mudar o posicionamento e votar para declarar a suspeição na ação do triplex do Guarujá, que condenou Lula.
Fachin ainda tentou impedir a análise dos recursos do ex-presidente. O ministro queria considerar a discussão sobre a conduta de Moro já encerrada em razão da decisão proferida por ele para anular todas as condenações do petista na Lava Jato. Ao ver o clima desfavorável na Segunda Turma, chegou a pedir, sem sucesso, o adiamento do caso.
O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, também repudiou os ataques a Fachin.
— É inaceitável qualquer ataque feito ao ministro Edson Fachin, a exemplo de outros já realizados contra outros ministros do Supremo Tribunal Federal e também contra advogados. Esses ataques buscam comprometer a independência da Justiça e da atuação dos profissionais do Direito, o que é uma agressão ao Estado Democrático de Direito — — disse.