O vice-presidente Hamilton Mourão negou nesta terça-feira (3) haver atrito entre ele e o presidente Jair Bolsonaro por causa da vacina contra a covid-19. Na semana passada, Mourão afirmou em entrevista à revista Veja que "é lógico" que o Brasil comprará doses do imunizante chinês, CoronaVac, apesar de Bolsonaro negar essa possibilidade.
— Aqui não há briga. Existem opiniões que ora coincidem e ora não, mas quem decide é o presidente e ele foi eleito para isso — declarou Mourão quando questionado por jornalistas ao chegar à Vice-Presidência.
Mourão afirmou que não conversou com Bolsonaro sobre o assunto, mas que acredita que o presidente fará o que for melhor para o população.
— Não conversei com o presidente (sobre o assunto), o que eu quis colocar ali é que é o seguinte, a vacina é uma vacina brasileira. Qualquer vacina vai ser produzida aqui no Brasil e, óbvio, o presidente vai tomar a decisão que for melhor para o conjunto da população brasileira, que é essa a responsabilidade dele — disse.
No mês passado, Bolsonaro revogou acordo feito pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que será produzida pelo Instituto Butantã.
Nesta terça, Mourão defendeu também uma posição de cautela em relação a um eventual imunizante contra a covid-19.
— Não é uma coisa tão simples. Muita gente fala (que) "começo do ano vai ter vacina", (mas) não é simples — disse.
Segundo o vice-presidente, estudos sobre a vacina ainda devem indicar, por exemplo, os grupos prioritários para tomar o imunizante ou se haverá contraindicação para alguma parcela da população.