Escritórios de advocacia com processos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) temem pelo vazamento de dados sensíveis de clientes e cobram transparência da Corte sobre os arquivos criptografados pelo invasor.
O advogados temem que clientes venham a ser chantageados pelo hacker que invadiu o sistema do tribunal.
— A pessoa, por exemplo, começa a receber ameaça de que suas informações vão ser jogadas na internet. Não é só o STJ que pode ser submetido a alguma chantagem — afirmou o advogado Marcelo Bessa.
A principal preocupação é com processos de família que, eventualmente, podem conter fotos íntimas, além de casos de crimes de abuso sexual, pedofilia e disputas de guarda — que podem gerar constrangimentos "graves".
— No caso do STJ, por mais que sejam retomadas as atividades, o fato é que os dados, muitos deles sigilosos, foram copiados. Esses dados estão onde? — questionou o advogado José Roberto Covac Junior.
A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar o ataque. Segundo ministros, os problemas começaram com dificuldades de acesso aos e-mails, e as sessões foram suspensas logo em seguida.
Desde o dia do ataque, o STJ estima que 12 mil processos deixaram ser julgados. Na sexta-feira (6), o diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, informou à TV Globo que a Polícia Federal identificou o hacker que invadiu o sistema do STJ.