A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), a Operação S.O.S para desarticular suposta organização criminosa dedicada a desvios de recursos da saúde, destinados à contratação de organizações sociais para gestão de hospitais públicos do Pará, dentre eles os hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia do coronavírus.
Segundo a corporação, entre os investigados estão empresários, o operador financeiro do grupo, integrantes da cúpula do governo do Pará, além do governador Hélder Barbalho. Entre os alvos das buscas realizadas nesta manhã está o Palácio do Governo, sede do Executivo do Pará.
A ofensiva cumpre 12 mandados de prisão temporária e 41 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, há 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão expedidos pelos Juízos das Varas de Birigui e Penápolis, no interior de São Paulo.
Segundo informações do portal G1, foram presos dois secretários e um assessor do governador: Parsifal de Jesus Pontes, secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia e ex-secretário da Casa Civil; Antonio de Padua, Secretário de Transportes; e Leonardo Maia Nascimento, assessor de gabinete.
Cerca de 218 policiais federais, 14 auditores da Controladoria-Geral da União e 520 policiais civis participam das atividades em Belém, Capanema, Salinópolis, Peixe-Boi, Benevides (PA), Goiânia (GO), Araçatuba e outras cidades de São Paulo.
De acordo com a PF, a investigação alcança o período de agosto de 2019 a maio de 2020, mirando 12 contratos celebrados entre o governo do Estado do Pará e organizações sociais ligadas ao grupo investigado, totalizando o valor de R$ 1.284.234.651,90.
A corporação aponta que os crimes sob investigação são fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.