O médico gaúcho Alberto Beltrame deixou, no último sábado (1º), o comando da Secretaria de Saúde do Pará, do qual já estava licenciado. A exoneração, a pedido, foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado na sexta-feira (31).
Em pouco mais de um mês, Beltrame virou alvo de investigações da Polícia Federal (PF) em duas operações sobre supostas fraudes na compra de equipamentos hospitalares no Estado do Norte do país. Também virou réu em um processo por improbidade administrativa e deixou a presidência do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Além disso, está no radar da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Em entrevista a GaúchaZH, em julho, Beltrame negou qualquer irregularidade e culpou o Ministério da Saúde. Para ele, houve omissão da pasta por não ter centralizado compras de produtos e equipamentos essenciais para o combate à pandemia.
— Estados e municípios foram deixados sós, abandonados num verdadeiro cassino internacional, num leilão de equipamentos e insumos, competindo com preços altos e muitas vezes cartelizados. Agora, chegamos à fase da criminalização de gestores, quando se penaliza quem ousa fazer e acaba por se premiar quem se omite — resumiu.