Após análise do governo do Estado, quatro regiões que haviam sido classificadas preliminarmente com a bandeira vermelha foram para a laranja, menos restritiva. As localidades de Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul e Taquara tiveram os recursos total ou parcialmente aceitos. Para os prefeitos dessas regiões, a sensação é de alívio, mas, ao mesmo tempo, de alerta.
Prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo diz que a decisão de acatar o recurso é benéfica para a região.
— Continuamos recomendando todos os cuidados, mas as pessoas precisam e querem trabalhar. Passo Fundo, nesse momento, segue com todas as condições de atendimento a população — afirma.
O prefeito de Caxias do Sul, Flávio Cassina, segue na mesma linha. Diz que a decisão é importante para atividade econômica da região, mas pondera:
— Nós estamos abrindo novos leitos, aumentando a capacidade de atendimento. Mas vai chegar uma hora que não teremos mais recurso para isso. O povo ainda não está consciente da gravidade da situação. Vimos pessoas sem máscara. Eu peço mais uma vez que as pessoas evitem se aglomerar.
O prefeito de Erechim, Luiz Francisco Schmidt, classifica a aceitação do recurso como “sucesso desta empreitada” aos profissionais da área da saúde.
— A verdade sempre nos protege. Nossos indicadores diziam que poderíamos permanecer na bandeira laranja. A verdade prevaleceu. Quanto à população, deixo claro que ela pode manter a cidade no conforto do céu ou levá-la ao inferno. Depende única e exclusivamente do que nós queremos para a vida dos que amamos e para nossa vida. Quem puder ficar em casa, fique. Evite aglomerações e use máscara.
O prefeito de Taquara, Tito Lívio Jaeger Filho, ficou satisfeito com o resultado da análise do recurso do município. Pelo mapa preliminar, a região sairia da bandeira amarela para a vermelha. Com a revisão, irá para a laranja.
— Ficamos felizes pelo aceite em parte aos nossos argumentos. Claro que o ideal seria a bandeira amarela, mas a laranja nos traz um certo alento. Nosso desafio segue sendo grande. Todo o esforço que nos manteve em bandeira amarela por oito semanas vai ter que ser ainda maior para não progredirmos para a vermelha. A única receita é a população e poder público seguirem em frente, de forma conjunta, e com responsabilidade — disse ele.
Bandeira vermelha
Representando alto risco para coronavírus, Porto Alegre, Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Canoas, Pelotas e Palmeira das Missões estão na bandeira vermelha. As últimas duas estão estreando na classificação. Já as demais são reincidentes e não poderão ter mudança de classificação nesta semana.
O prefeito de Palmeira das Missões, Eduardo Freire, disse que espera que o município saia o mais rápido possível dessa situação.
— Esperamos, em um curto espaço de tempo, melhorar os índices da região para retornar a bandeira laranja. Estamos trabalhando para ampliar em mais de 100% os leitos exclusivos de covid-19 em nossos hospitais. Também ampliamos a testagem com o intuito de conseguir monitorar e isolar os casos, além de diversas outras ações — afirmou.
O prefeito de Canguçu, Vinicius Pegoraro, que também recorreu do mapa preliminar, diz que respeita a decisão do governo:
— Afinal, sempre seguimos essas orientações. Assim como já tenho manifestado ao longo de todo esse processo de pandemia, que o momento nos exige união. Não é hora de discutir quem tem mais ou menos razão. Afinal, todos nós estamos buscando a mesma coisa: impedir a propagação do vírus.
Na mesma região, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, não apresentou recurso. Para ela, o resultado já era esperado.
— Porque efetivamente percebemos um agravamento da situação, um aumento do número de casos e também um agravamento desses casos, com número de internações crescente, inclusive nos leitos de UTI — diz a prefeita, ao dizer que publicou novo decreto municipal que restringe ainda mais atividades na cidade.