Hoje, o Brasil tem 33 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral e cerca de 150 milhões de pessoas aptas a votar, mas nem sempre foi assim. Confira uma breve síntese da história das siglas no Brasil e da sua relação com a população.
1822-1889 - Império
Resumiu-se a dois partidos, o Conservador e o Liberal, formados por proprietários de terras e de escravos, e a um terceiro, ao final do período – o Partido Republicano. A maioria da população, porém, nem sequer conhecia as legendas. Menos 1,5% dos brasileiros votava.
1889-1930 - República Velha
Foi marcada pelo surgimento dos partidos republicanos estaduais, liderados principalmente por fazendeiros. A política limitava-se, na maior parte do país, ao poder de mando dos coronéis, chefes políticos locais, e ao voto de cabresto. O coronelismo era mais forte do que os partidos.
1937-1945 - Estado Novo
Na ditadura de Getúlio Vargas, o culto ao personalismo atingiu o ápice. Vargas investiu pesado em propaganda e ficou conhecido como “pai dos pobres”, arrebatando multidões com o discurso populista.
Nesse período, os partidos políticos foram proibidos. A política se resumiu, basicamente, a getulistas e a seus críticos.
1945- 1964 - Populismo
As siglas voltaram, mas por pouco tempo. Dividiam-se entre getulistas – Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Partido Social Democrático (PSD) – e antigetulistas – União Democrática Nacional (UDN). Com o golpe militar, veio nova ruptura. Os partidos não chegaram a se consolidar.
1964-1979 - Regime Militar
Durante a ditadura militar, os partidos foram novamente extintos e centenas de pessoas tiveram os direitos políticos cassados, foram presas, torturadas e mortas. A repressão foi a regra. Em 1966, instituiu-se o bipartidarismo: Arena x MDB.
Aliança Renovadora Nacional (Arena)
- Reuniu setores conservadores pró-regime militar, incluindo membros da UDN e do PSD
Movimento Democrático Brasileiro (MDB)
- Reuniu membros do PTB e de siglas contrárias ao golpe militar. Fez oposição consentida
1979 em diante - Pluripartidarismo
Os partidos voltaram para ficar, mas tiveram de recomeçar do zero. Arena e MDB desmembraram-se em várias siglas, e a proliferação de novas legendas se acelerou como nunca. Tornaram-se corriqueiros o troca-troca de partidos, as indicações para cargos e as alianças de ocasião como forma de obter maiorias no parlamento.
Dias atuais
Hoje, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o Brasil tem 33 partidos oficiais, dos mais variados portes. O mais recente é a Unidade Popular (UP), fundada em dezembro de 2019. O excesso de legendas, na avaliação de especialistas, é um dos aspectos da crise do sistema partidário.
Confira quais são os 33 partidos atualmente registrados no TSE, por ordem de fundação:
- Movimento Democrático Brasileiro (MDB)
- Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
- Partido Democrático Trabalhista (PDT)
- Partido dos Trabalhadores (PT)
- Democratas (DEM)
- Partido Comunista do Brasil (PC do B)
- Partido Socialista Brasileiro (PSB)
- Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
- Partido Trabalhista Cristão (PTC)
- Partido Social Cristão (PSC)
- Partido da Mobilização Nacional (PMN)
- Cidadania
- Partido Verde (PV)
- Avante
- Progressistas (PP)
- Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)
- Partido Comunista Brasileiro (PCB)
- Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB)
- Democracia Cristã (DC)
- Partido da Causa Operária (PCO)
- Podemos (Pode)
- Partido Social Liberal (PSL)
- Republicanos
- Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
- Partido Liberal (PL)
- Partido Social Democrático (PSD)
- Patriota
- Partido Republicano da Ordem Social (PROS)
- Solidariedade
- Partido Novo (Novo)
- Rede Sustentabilidade (Rede)
- Partido da Mulher Brasileira (PMB)
- Unidade Popular (UP)