Movimentos da sociedade civil com o objetivo alegado de "defender os valores democráticos" estão recebendo cada vez mais apoio na internet, e reunindo nomes de diferentes espectros políticos.
Mais de 225 mil pessoas já assinaram o manifesto do "Estamos Juntos", lançado no sábado (30). O grupo tem adesão de figuras como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o apresentador de TV Luciano Huck, o jurista Miguel Reale Júnior, a atriz Fernanda Montenegro e o músico Caetano Veloso.
"Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia", diz o manifesto.
Declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro e de aliados sobre uma eventual ruptura institucional fizeram surgir esse e outros movimentos.
A hashtag "Somos 70 por cento", em alusão ao percentual dos que consideram o governo Bolsonaro ruim, péssimo ou regular, segundo a última pesquisa Datafolha, ganhou força no fim de semana. Idealizada pelo economista e escritor Eduardo Moreira, teve a chancela de personalidades, como a apresentadora Xuxa Meneghel.
Já um grupo de juristas e advogados lançaram no domingo (31) o manifesto "Basta!", que acusa o presidente de cometer crimes de responsabilidade. Até ontem, 25 mil pessoas haviam apoiado a ação, entre elas os juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Dalmo Dallari e José Afonso da Silva, além do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e o diretor da faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Floriano de Azevedo Marques. "O que se quer é a preservação da democracia", disse o criminalista Pierpaolo Bottini, um dos signatários.