O procurador-geral da República, Augusto Aras, comentou, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, a nota divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro, em maio, em que o chefe do Executivo afirma esperar o arquivamento do inquérito que apura suposta interferência política na Polícia Federal (PF). Segundo Aras, a declaração o coloca em uma situação desconfortável.
— Ocorre que foi uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo — disse o procurador-geral na entrevista, exibida na madrugada desta terça-feira (2).
Aras não respondeu se dará prosseguimento à denúncia. Limitou-se a dizer que continuará "fiel à Constituição e às leis do país" e que irá "cumprir a Constituição".
— Sou firme e duro quando necessário — afirmou.
A investigação sobre supostas interferências na PF surgiu após a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. O ex-titular da pasta afirmou que o presidente pediu a troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro para preservar seus familiares de investigações. Bolsonaro nega as acusações.