O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Ministério Público do Distrito Federal apuração acerca das agressões sofridas por jornalistas durante ato realizado em Brasília, no domingo (3), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A solicitação foi encaminhada em ofício à procuradora-geral de Justiça Fabiana Costa Oliveira Barreto.
“Tais eventos, no entender deste procurador-geral da República, são dotados de elevada gravidade, considerada a dimensão constitucional da liberdade de imprensa, elemento integrante do núcleo fundamental do Estado Democrático de Direito. Em razão disso, observadas as eventuais condições de procedibilidade (art. 88 da Lei 9.099/1995), solicito a vossa excelência a adoção das providências necessárias à apuração dos fatos e responsabilização criminal dos seus autores”, afirma Aras no documento.
Os fotógrafos Dida Sampaio e Orlando Brito foram agredidos fisicamente durante manifestação contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), no domingo. Dida foi atacado com socos e pontapés enquanto registrava imagens do presidente Jair Bolsonaro em frente à rampa do Palácio do Planalto, em uma área restrita à imprensa. O motorista do jornal O Estado de São Paulo Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem, também foi agredido fisicamente.
A Procuradoria-Geral da República está investigando, com autorização do Supremo, outros atos antidemocráticos, realizados em 19 de abril. O presidente Jair Bolsonaro participou dessas manifestações. Neste domingo (3), em discurso aos manifestantes, o presidente pediu a Deus para não ter problemas nesta semana porque, segundo afirmou, "chegou ao limite". Bolsonaro também disse que "não vai mais admitir interferências", possivelmente se referindo a recentes decisões do STF sobre o comando da Polícia Federal e a suspensão de atos do Poder Executivo.