A expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro poderia anunciar ainda no sábado (25) o nome do substituto do recém-demitido Sergio Moro no Ministério da Justiça acabou frustrada por um impasse.
O nome preferido por Bolsonaro para assumir a pasta seria o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, mas a escolha esbarra na avaliação de que indicar uma pessoa próxima ao presidente poderia reforçar as suspeitas de que tenta interferir politicamente em órgãos como a Polícia Federal. O próprio Oliveira resistiria à ideia pelo temor de ampliar as críticas ao Planalto.
Major da Polícia Militar do Distrito Federal, o chefe da Secretaria-Geral é próximo da família Bolsonaro há uma década e já ocupou cargos nos gabinetes do então deputado federal Jair Bolsonaro e do filho Eduardo (PSL-SP).
Na manhã de sábado, segundo o jornal O Globo, Bolsonaro e Oliveira participaram de uma reunião ao lado do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, dos secretários de Comunicação, Fábio Wajngarten, e de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, do deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para discutir o assunto.
A ala militar do governo defende a nomeação de alguém com perfil técnico e estatura pública semelhante à de Moro, de fora do governo, para reduzir a intensidade das acusações de interferência em órgãos de investigação.
Uma das possibilidades é de que Bolsonaro ouça juristas e outros notáveis a fim de tomar uma decisão. Entre outros cotados, estão o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori e o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre.