O governo do Rio Grande do Sul calcula que o reajuste de 12,84% no piso nacional do magistério terá impacto de R$ 290 milhões na folha de pagamento do Estado em 2020. A estimativa é da Secretaria da Fazenda e foi anunciada nesta quarta-feira (8) pelo titular da pasta, Marco Aurelio Cardoso.
— Em números redondos, esse completivo teria um custo adicional de R$ 290 milhões ao ano, se for confirmado o percentual de 12,84%. Ninguém esperava esse aumento. As estimativas eram muito menores que isso. Foge bastante dos últimos — avaliou.
O percentual de reajuste foi confirmado na terça-feira (7) pelo Ministério da Educação. A definição do índice também exigirá que o Piratini reconstrua o projeto de mudança do plano de carreira dos professores, tornando ainda mais complexa a negociação política para aprovação da medida na Assembleia.
— A gente vai ter que rever isso. O governador já encomendou novos estudos sobre o projeto e a gente ainda não tem uma posição. É claro que há uma posição nova para o que a gente esperava para o piso nos próximos anos. A gente tem que voltar ao projeto, nos debruçar sobre ele e revisitar a tabela — concluiu o secretário.
A mudança no plano de carreira do magistério é um dos sete projetos do pacote de ajuste fiscal que o governador Eduardo Leite deseja votar, na última semana de janeiro, em convocação extraordinária da Assembleia Legislativa. O texto é o que conta com maior resistência entre os aliados.
— Estamos aguardando as prováveis e possíveis alterações no projeto que o Executivo está estudando. (O que mudará) É o fator de correção daquela tabela que existe no plano de carreira do magistério — projetou o líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP), após encontro com aliados nesta quarta.
O governo do Rio Grande do Sul paga o piso nacional do magistério aos professores gaúchos por meio de completivo. Alegando incapacidade financeira de incorporar o piso ao plano de carreira atual, o Estado completa os salários que ficam abaixo do mínimo estipulado nacionalmente.