O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, destacou nesta quinta-feira (30) o trabalho do governo Leite, que está conseguindo aprovar projetos que reformam a carreira dos servidores. Desde terça-feira (27), os deputados chancelaram na Assembleia, entre outras matérias, um novo plano de carreira do magistério e o segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) da previdência.
— Estas medidas, cuja potência fiscal ao longo de 10 anos está estimada em R$ 20 bilhões, significam que o Estado vai caminhar com certeza absoluta. Estruturalmente, se atacou pontos que causaram desequilíbrio — afirmou Vivian, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Considerada o maior êxito para o governo até agora, a reforma da carreira dos professores quase atrapalhou os planos do Piratini. A greve da categoria antes da votação, — considerada a maior dos últimos tempos no RS —, fez com que o Legislativo e o Executivo se mobilizassem em torno de mudanças do projeto, o que acabou com a modificação do texto e o conseguinte aval do Cpers.
Para Vivian, o que contou foi o diálogo, "uma obra que não enxergamos". O chefe da Casa Civil elogiou a postura do sindicato dos professores, que buscou apoio de partidos, como MDB e PP, para celebrar um acordo com o governo.
— A professora Helenir (presidente do Cpers) e membros (do sindicato), tiveram uma ação responsável. Isto não significa que o Cpers não estava apoiando, tanto que se predispôs a buscar a Assembleia, buscar os deputados, e eles contribuíram com estas emendas que permitiram dar uma segurança, especialmente na tabela remuneratória — pontuou.
Ao Gaúcha Atualidade, mais cedo, Helenir Schüler defendeu a obrigação sindical de buscar a melhor alternativa para a categoria. O próximo passo do Cpers é fazer plenárias em todo o Estado para explicar as mudanças aos professores. O novo plano prevê o recebimento por subsídio, com o excedente formado por gratificações e avanços por tempo de serviço alocado em uma parcela autônoma, que terá o valor congelado.
— Eu gosto de dar o exemplo de um telefonema que me acompanhou, de uma professora aposentada de 72 anos que ligou chorando porque não conseguia tirar seu 13º porque estava endividada, dizendo que havia uma semana que comia somente pipoca. Essa realidade da categoria me levou a buscar incessantemente todos os canais de negociação — explicou Helenir.