Ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (11), o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior afirmou que o governo do Estado tem intensificado o diálogo com a base e colhido sugestões dos deputados para resolver o impasse com os professores. Nesta quarta, o Piratini deve receber o PP e o PRB durante a manhã.
Na terça-feira (11), o MDB expressou ao vice-governador que, se não forem apresentadas mudanças substanciais, o partido está decidido a não votar o pacote de projetos do funcionalismo em 2019.
— Eles colocaram a dificuldade maior com relação à reforma do magistério. Então, estamos estudando com a área técnica as possíveis alterações que possamos vir a fazer neste projeto. Em suma, a posição do MDB é essa aí — pontua Ranolfo.
Indagado, o vice-governador não detalhou o que pode ser suavizado do pacote porque "qualquer coisa que venha a dizer não seria real", já que o empenho para avançar com o pacote ainda este ano continua.
Os professores, por outro lado, já afirmaram que não aceitam nada menos do que a retirada do pacote. Além de rejeitar a mudança no plano de carreira, o Cpers não se conforma com o fim dos adicionais por tempo de serviço, com a mudança na classificação das escolas de difícil acesso e com a cobrança de contribuição previdenciária dos aposentados a partir do valor que excede um salário mínimo.
— Não podemos esperar mais devido à situação fiscal do Estado. Temos sete ou oito Estados que já aprovaram as reformas e o RS não pode ficar para trás nesta questão, que é fundamental para retomada do crescimento — enfatiza o vice-governador.
Manifestação da segurança "é isolada"
Não é só o Cpers que pressiona o governo. A Ugeirm, sindicato que representa investigadores, escrivães e inspetores da Polícia Civil, também embarca em protestos e sinaliza paralisação para a próxima segunda-feira (16) — o que é considerado, conforme resolução do STF, inconstitucional, porque são servidores que atuam diretamente na área da Segurança.
De acordo com Ranolfo, a manifestação do Ugeirm "é isolada" e tem a ver com a paridade e integralidade da aposentadoria de servidores da Segurança. Ainda segundo o vice- governador, a instrução é para que haja corte do ponto para quem aderir a uma eventual paralisação.
— Ontem recebi diversas manifestações da Polícia Civil que são contrárias à paralisação. Inclusive todas as entidades contribuíram com relação à mudança redacional do PLC (projeto de lei complementar) 509 (que trata da aposentadoria de policiais e agentes penitenciários). Eu penso até, em razão da decisão, defender a possibilidade da retirada do PLC.
A paridade prevê que os servidores inativos recebam os mesmos aumentos dos ativos. A integralidade permite ao servidor se aposentar com a último salário da ativa.