SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Líderes religiosos, políticos e demais personalidades lamentaram nesta sexta-feira (22) a morte do rabino Henry Sobel. Veja abaixo as principais repercussões.
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Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente da República:
"Henry Sobel, que acaba de falecer, foi um bravo na hora difícil, quando vigia o autoritarismo. Expresso por isso meu pesar."
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República:
"A contribuição de Sobel para a redemocratização e o diálogo entre religiões no Brasil foi incomensurável. O nosso país é devedor da sua coragem ao recusar a farsa da versão oficial da ditadura de que a morte de Vladimir Herzog teria sido um suicídio.
O seu trabalho junto com dom Paulo Evaristo Arns e o reverendo James Wright em defesa dos direitos humanos trouxe luz a um período sombrio da nossa história. Sobel era um dos protagonistas e um exemplo dessa bela história de tolerância e diálogo inter-religioso.
Tive a honra de participar com Sobel de várias cerimônias em memória das vítimas do Holocausto na Congregação Israelita Paulista. Nenhum de nós pode deixar que a memória do Holocausto seja apagada e que tais tragédias se repitam. E cabe também a todos nós, brasileiras e brasileiros, preservarmos a memória das ações de Sobel pela democracia e pela tolerância e liberdade religiosa."
Senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Congresso Nacional:
"Foi com profunda tristeza que recebi a notícia do falecimento [...]. Tenho certeza de que o conteúdo desta nota é insuficiente para traduzir a importância de Henry.
Nós, judeus, perdemos um grande líder espiritual. Seremos eternamente gratos pela dedicação dele à nossa comunidade. Em nome do Parlamento brasileiro, transmito condolências aos familiares e amigos de Henry Sobel."
Ivo Herzog, presidente do conselho deliberativo do Instituto Vladimir Herzog e filho do jornalista (1937-1975):
"Henry Sobel foi a primeira pessoa, representando uma instituição, que denunciou o assassinato do meu pai, poucas horas depois do ocorrido. Junto com dom Paulo Evaristo Arns e James Wright, corajosamente, promoveu e esteve presente no ato ecumênico em memória de meu pai na Catedral da Sé.
Quebrando protocolos do judaísmo, enfrentando resistência dentro da comunidade judaica, foi um dos protagonistas que abriram caminho para o fim da ditadura no Brasil. Se meu pai foi uma das vítimas daquele período, Henry Sobel foi um dos grandes heróis. Registro aqui minha homenagem e saudades desta pessoa que faz parte da minha vida."
Fernando Lottenberg, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil):
A comunidade judaica e o Brasil perdem não só um defensor inegável dos direitos humanos e dos valores judaicos, mas uma figura ímpar, que deixou marca indelével na história do país.
Michel Schlesinger, rabino da CIP (Congregação Israelita Paulista) e representante da Conib (Confederação Israelita do Brasil) para o diálogo inter-religioso:
"Henry Sobel foi o maior representante que a comunidade judaica brasileira já teve. De seu modo contundente e carismático, comunicou os valores judaicos humanistas para o nosso país. Quando denunciou o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, contribuiu de maneira definitiva para a redemocratização do Brasil."
Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo):
"Henry Sobel foi um líder religioso de extraordinário carisma, um homem de fé comprometido com os embates de seu tempo. O nome do rabino Henry Sobel estará para sempre marcado nos livros da história deste país.
Em nome da comunidade judaica do estado de São Paulo, prestamos nossas homenagens e transmitimos condolências à família e força aos enlutados."
Organização Judeus pela Democracia:
"Sobel foi digno e teve a força que se espera dos líderes. Em tempos em que as sombras do arbítrio teimam em nos ameaçar no país e na comunidade, Sobel se vai como herói. Que sua memória seja abençoada e que seu exemplo seja seguido."
Luciano Huck, apresentador e empresário:
"Triste notícia. O rabino Henry Sobel esteve presente em momentos importante da minha vida. Se foi uma voz firme e potente na defesa dos direitos humanos no Brasil. Um homem de diálogo, construtor de pontes religiosas e ideológicas."
Jack Terpins, presidente honorário do Congresso Judaico Latino-Americano:
"Há 75 anos, atuando na luta pelos direitos humanos, contra o antissemitismo, toda forma de discriminação e, sobretudo, a melhoria do mundo, vemos calar, hoje, essa voz firme que ecoava não apenas na comunidade judaica, mas na sociedade em geral.
Sobel foi o maior líder comunitário de todos os tempos. Ele me acompanhou em todos os momentos de minha vida, foi um grande amigo. Perdemos um grande líder, que nos deixou um enorme legado. Lamentamos sua partida e associamo-nos a dor da perda da família e amigos."