
A Justiça determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ele é alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo que apura possível enriquecimento ilícito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. O judiciário já havia negado os pedidos em outras duas ocasiões. Na segunda-feira (18), a decisão foi favorável.
O inquérito teria sido aberto em julho pelo MP de São Paulo. A investigação está concentrada no período entre 2012 e 2017, quando alternou a atividade de advogado com cargos no governo paulista.
Conforme o Estadão, Salles negou irregularidades em suas contas.
— Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo — disse o ministro. — Não tenho nenhum receio acerca da análise dos dados.
Investigação
A investigação começou após a representação de uma empresa chamada Sppatrim Administração e Participações. A empresa levantou suspeita sobre a evolução patrimonial do ministro, com base nas próprias declarações de bens que ele prestou à Justiça Eleitoral.
Salles foi candidato a vereador de São Paulo pelo PSDB em 2012, sem ser eleito. Na época, ele declarou R$ 1,4 milhão em bens, 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Em 2018, quando tentou ser deputado federal pelo Novo, a declaração foi de R$ 8,8 milhões, dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil. O aumento foi de 335%.
Em agosto, após a divulgação das informações na imprensa, o ministério afirmou, em nota, que "patrimônio e os rendimentos do ministro foram sempre declarados adequadamente à Receita Federal". Além disso, afirmou que "a própria representação não traz nada diferente do que nelas constam".