Em uma postagem no Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, insinua ligação entre o vazamento de óleo nas praias do Nordeste e o Greenpeace, organização internacional que atua em proteção ao meio ambiente. No post, em que fala sobre a "coincidência" de o navio supostamente ter passado por águas internacionais próximas ao litoral brasileiro "na época do vazamento", o ministro usa uma foto de arquivo do Greenpeace.
A foto que acompanha a postagem de Salles consta no banco de imagens da organização, no site oficial do Greenpeace, em uma coleção chamada "oceanos protegidos", publicada em abril de 2019. A legenda situa o registro no Oceano Índico. Ao fazer download da imagem, é possível ter acesso às propriedades do arquivo, que indicam a data em que a foto foi produzida: 30 de abril de 2016.
Sem fazer referência direta à postagem, o Greenpeace também usou o Twitter para responder à insinuação do ministro:
Em nota, a ONG informou que o navio esteve em expedição na região dos corais da Amazônia entre agosto e setembro. Porém, não há confirmação sobre a data exata em que ocorreu o vazamento do óleo que tem gerado manchas nas praias do Nordeste pelo menos desde 30 de agosto. O Greenpeace afirmou que irá tomar "todas as medidas legais cabíveis" contra as declarações do ministro.
Após a repercussão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se manifestou sobre o assunto no Twitter. O deputado federal afirmou estar "esperando uma posição oficial do Ministério do Meio Ambiente" a respeito da denúncia.
Não é a primeira vez que Salles ataca a organização. No início da semana, ele já havia publicado um vídeo editado na mesma rede social e ironizou o pronunciamento do Greenpeace sobre ajuda na limpeza das praias afetadas por manchas de óleo. Na quarta-feira (23), integrantes da ONG jogaram óleo em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, para cobrar ações do governo.