A greve dos professores estaduais completa nesta segunda-feira (25) sua primeira semana. Na comparação, os números repassados pelo governo e pelo Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do RS (Cpers-Sindicato), que indicam a abrangência da mobilização, divergem.
Segundo o governo, no total, cerca de 1.026 escolas são afetadas nesta segunda. São 526 instituições com as atividades completamente paradas, e cerca de 500 com paralisação parcial. Conforme a secretaria de Educação (Seduc), esse balanço é feito com base nas 2.244 escolas no Estado que responderam ao questionamento da pasta — no total, existem cerca de 2,5 mil instituições. Na sexta, segundo o Estado, eram 1.042 escolas em greve, somando paralisação total e parcial.
Porém, de acordo com o levantamento do Cpers, 1.533 escolas são afetadas nesta segunda — o sindicato afirma que o número poderia aumentar, porque a pesquisa ainda não foi concluída. Há 773 escolas totalmente paralisadas e 760 afetadas de forma parcial. Na sexta, a instituição havia divulgado que, no total, 1.514 eram afetadas.
Os professores estão paralisados em protesto contra a proposta do governo de mudança no plano de carreira do magistério e contra o projeto que aumenta as alíquotas de previdência. O Executivo defende as medidas como forma de ajuste fiscal.
Uma nova assembleia geral deve reunir educadores nesta terça-feira (26). Na mesma data, um segundo ato unificado, com funcionários públicos de todas as categorias, deve ocorrer em frente ao Palácio Piratini.
Governo notificou escolas sobre corte no ponto
Nesta segunda (25), a Seduc afirmou que está enviando ofícios às escolas estaduais para informar sobre a perspectiva de corte de ponto dos professores e demais trabalhadores que estão em greve. Conforme a pasta, o documento é enviado às coordenadorias regionais, que repassam às diretorias das escolas.
Na tentativa de impedir o corte, o Cpers afirmou que ajuizou um mandado de segurança na Justiça nesta tarde. A Procuradoria-Geral do Estado do RS (PGE) disse que não foi notificada até o momento.
A decisão de cortar o ponto dos grevistas foi anunciada pelo governador na última sexta (22), quando o governador Eduardo Leite disse que "não dá para aceitar que a greve ocorra sem justificativa".