O advogado Cristiano Zanin, responsável pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está reunido neste momento com o petista na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná, em Curitiba. Eles vão discutir a estratégia da defesa para o pedido de soltura do ex-presidente, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de quinta-feira (7).
A defesa do ex-presidente afirmou que vai levar à Justiça Federal ainda nesta sexta-feira (8) um pedido para que ele deixe a cadeia. O pedido, segundo nota dos advogados, será encaminhado após a reunião.
Na quinta-feira (7), o plenário do STF decidiu, com placar apertado de seis votos a cinco, que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado — o fim dos recursos —, alterando a jurisprudência que desde 2016 tem permitido a prisão após condenação em segunda instância.
Para a defesa de Lula, o resultado do julgamento mostrou que a prisão do ex-presidente foi ilegal e voltou a dizer que ele é vítima de perseguição.
No perfil do ex-presidente em uma rede social, foi publicada na noite de quinta-feira a mensagem #LulaLivreAmanhã. O petista já fez alguns pedidos aos correligionários. Assim que sair da prisão, ele quer um ato no acampamento montado pela militância na frente da PF e depois vai visitar os ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Delúbio Soares, que dão expediente na sede da CUT do Paraná. Só depois pretende ir para São Bernardo do Campo (SP), onde deve ser recebido com festa.
Lula depende de aval da juíza federal Carolina Lebbos para deixar a prisão e aguardar em liberdade o julgamento de recursos no caso do tríplex de Guarujá (SP). A libertação do petista não é automática.
Os advogados precisam peticionar no próprio procedimento de administração da pena, na 12ª Vara Federal em Curitiba, para que ele deixe a prisão depois de 19 meses. Como há uma ordem do STF sobre o assunto, não há alternativas para que um magistrado de grau inferior descumpra a medida.