O presidente Jair Bolsonaro respondeu nesta quarta-feira (4) às críticas feitas pela alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e a acusou de "se intrometer" na soberania brasileira. Em postagem nas redes sociais, o presidente também atacou o pai de Bachelet, morto pela ditadura militar chilena.
A resposta veio após Bachelet dizer em uma entrevista coletiva, em Genebra, na Suíça, que o Brasil sofre uma "redução do espaço democrático".
— Nos últimos meses, observamos (no Brasil) uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra defensores dos direitos humanos, restrições impostas ao trabalho da sociedade civil — disse a comissária, que é ex-presidente do Chile.
Bolsonaro escreveu a resposta por meio de mensagem no Twitter.
"Michelle Bachelet, seguindo a linha do (Emmanuel) Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares", escreveu o presidente. E complementou:
"Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época", prosseguiu Bolsonaro, que publicou também uma foto de Bachelet, quando presidente, ao lado das ex-presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner.
Alberto Bachelet, pai de Michelle, era general da Força Aérea e se opôs ao golpe dado por Augusto Pinochet, em setembro de 1973. Ele foi preso e torturado pelo regime e morreu sob custódia, em fevereiro de 1974, aos 50 anos.