O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deve ser ouvido por três comissões da Câmara dos Deputados — entre elas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) —, nesta terça-feira (2), sobre o vazamento de mensagens atribuídas a ele, quando juiz federal, e a integrantes da Operação Lava-Jato.
Inicialmente, a audiência estava marcada para o último dia 26, mas foi cancelada pelo ministro. No mesmo dia, o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), informou ter recebido correspondência do Ministério da Justiça sobre a disposição de Moro em comparecer à Casa.
A divulgação das conversas atribuídas ao procurador Deltan Dallagnol e ao então juiz Sergio Moro mostra duas das principais autoridades da Lava-Jato supostamente discutindo os rumos da investigação, o destino dos suspeitos, o ritmo da operação e os processos que escaparam à jurisdição dos dois e tramitam em segunda instância.
Passagem pelo Senado
No último dia 19, o ministro participou de uma audiência no Senado por quase nove horas.
Aos senadores, Moro afirmou ter sido usuário do Telegram por um "determinado período em 2017", mas relatou ter excluído o aplicativo de mensagens depois que a imprensa norte-americana noticiou possíveis invasões hackers no decorrer da campanha presidencial nos Estados Unidos, vencida por Donald Trump no ano anterior. Por esse motivo, segundo ele, não há como confirmar a autenticidade dos diálogos vazados, já que ele não teria o histórico.