O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (15) que a articulação do presidente Jair Bolsonaro a favor de regras mais brandas para policiais na reforma da Previdência "empoderou a categoria". Segundo o parlamentar, as mudanças defendidas para os profissionais da segurança pública poderiam ter diminuído em R$ 10 bilhões a economia prevista em 10 anos.
— Isso (apoio de Bolsonaro) empoderou a categoria. Mas nós não demos nada além do que foi feito do regime próprio para o regime geral. (...) O que nós acertamos no final era uma regra de transição proporcional à do regime de servidores públicos. E, no final, foi aceito. Então, não teve nenhum benefício a mais — disse Maia, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Na última quinta-feira (11), a Câmara aprovou destaque que abrandou as regras para profissionais da segurança pública que já estão na ativa — beneficiando policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais legislativos, policiais civis do Distrito Federal e agentes penitenciários e socioeducativos.
Para quem já está na carreira, a idade mínima de aposentadoria ficou em 53 anos, se homem, e 52 anos, se mulher, além da previsão de um pedágio de 100% — ou seja, se faltam dois anos para se aposentar, o policial teria que trabalhar mais quatro anos. No entanto, a idade mínima para que ainda vai entrar nessas carreiras permanece em 55 anos, como desejava inicialmente o governo.
— No fundo, o que eles queriam daria uma perda de R$ 10 bilhões em 10 anos (na economia prevista com a reforma) — avaliou Maia.
Maia também comentou a decisão dos deputados de deixar Estados e municípios fora da reforma da Previdência. Para o presidente da Câmara, "foi uma decisão política".
— Em alguns Estados, deputados mais próximos aos governadores trabalharam contra a reforma. Nesses Estados, a gente acabou tendo um obstáculo, principalmente no Nordeste — afirmou.