O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) virou réu por tentativa de obstrução judicial das investigações relativas à Operação Lava-Jato e corrupção passiva, após o recebimento de uma denúncia feita pelo ex-procurador da República Rodrigo Janot no Supremo Tribunal Federal (STF) ser ratificado pela Justiça Federal de São Paulo. As informações foram publicadas pelo portal G1 na tarde desta sexta-feira (5).
A acusação tem como base as delações de Joesley Batista, um dos controladores do grupo J&F e ex-presidente do Conselho de Administração da JBS.
Em maio de 2017, Joesley afirmou ter pagado propina de R$ 2 milhões ao então senador Aécio Neves, e divulgou áudios que comprovariam a denúncia. O dinheiro foi pago em troca de favores políticos a Joesley.
Também são acusados de corrupção passiva a irmã do senador, Andréa Neves, um primo dele e um assessor parlamentar do congressista. Em troca, ele teria prestado favores políticos a Joesley.
A decisão é do dia 2 de julho. O juiz federal João Batista Gonçalves intimou Aécio e os demais acusados a oferecer resposta à acusação.
Em dezembro de 2018, na sua última declaração pública sobre o tema, Aécio negou que tivesse recebido propina de Joesley:
— Delatores, no caso o senhor Joesley Batista, em busca da manutenção da sua incrível imunidade penal, falseiam as informações e transformam algo lícito, legal, com aparência de crime. Não houve nenhuma ilicitude. Ao contrário, procuraram durante todo esse tempo algum benefício que eu pudesse ter oferecido ao seu grupo, como governador, como senador da República. Não encontraram nada. (...) É preciso que a gente fique muito atento para impedir que os interesses desses delatores, criminosos confessos, se sobreponham à verdade. (A PGR) está equivocada — afirmou na época, quando a PF fez buscas em imóveis de Aécio.