Em entrevista à TV dos Trabalhadores (TVT), gravada na quarta-feira (12) e veiculada nesta quinta (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva opinou sobre a série de conversas entre o ex-juiz da Lava-Jato e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador que coordena a força-tarefa, Deltan Dallagnol, divulgadas no último domingo (9) pelo site The Intercept Brasil. Para o ex-chefe do Executivo, as mensagens comprovam o que ele vinha dizendo "antes de ser julgado":
— (Para cumprir) O objetivo da Lava-Jato era preciso chegar ao Lula. Se não, não tinha valido a pena o golpe (ele se refere ao impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2014). Então eles montaram a estrutura para me trazer para cá. Construíram um processo de mentira — disse.
Ainda sobre o julgamento que o condenou à prisão, em Curitiba, Lula diz que gostaria de conversar com Moro e Dallagnol:
— Não acharam uma calota de um carro roubada por mim, e estou aqui enclausurado há mais de um ano. Não posso aceitar, o Moro é mentiroso — ressaltou.
— Eu adoraria alguém me dar uma chance de ter um debate, eu, Moro e Dallagnol — complementa. — O juiz que me julgou não sabe que crime eu cometi. Desafio meus acusadores a mostrar uma prova concreta — afirmou Lula.
O ex-presidente disse ainda que Moro "não merece ser juiz", porque seria "pedante" e "arrogante". Ele critica procuradores da operação, grupo ao qual se refere como "molecada da força-tarefa", que, junto de Moro, criou o "pânico na sociedade".
— Aí o resultado é que o país pariu essa coisa chamada Bolsonaro.
Lula também criticou medidas do governo, como a flexibilização do porte de arma, o aumento no número de pontos para suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), a falta de investimento na educação e a reforma da Previdência.