O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à TV Record, na noite de domingo (26), ter exagerado ao chamar de "idiotas úteis" os participantes dos protestos que aconteceram nas capitais e em grandes cidades do país, no último dia 15, contra o bloqueio de verbas anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
— Eu exagerei, concordo, eu exagerei. O que diz aí, o certo, é que são os inocentes úteis. A grande maioria são garotos inocentes que não sabiam o que estavam fazendo lá — disse.
Segundo Bolsonaro, "a garotada foi para rua contra corte na educação", sem estar ciente de que se tratava de um contingenciamento de recursos.
— Eu deixei de gastar, não tirei o dinheiro do banco. Eu segurei aproximadamente 3,6% do montante. Quer dizer, 30% de 12% das despesas discricionais. E a molecada foi usada, essa garotada foi usada por professores inescrupulosos, uma parte né, para fazer manifestação política contra o governo — afirmou o presidente.
Críticas ao centrão
Na entrevista, Bolsonaro também sugeriu que parlamentares se desvinculem do centrão, grupo informal com cerca de 200 deputados e que foi um dos principais alvos dos atos pró-governo ocorridos neste domingo.
O presidente fez ao aceno ao Congresso ao dizer não querer brigar com o parlamento, mas disse que a palavra centrão, que reúne parlamentares de siglas como PP, DEM, PRB, MDB e Solidariedade, virou um "palavrão" e que parte considerável dos parlamentares não quer se rotulada ao "grupo clientelista".
— Estive no Paraná esses dias com um grupo de parlamentares ali que estavam nos partidos do centrão e eles me falaram: "Olha, este rótulo não está pegando bem para nós, né? Meu voto é independente". E assim é grande parte desses parlamentares. Ou seja, virou um palavrão — disse Bolsonaro.
— Então eu acho que eles têm que trabalhar para desvincular-se disso daí. Agora, a melhor maneira de mostrar que eles não têm nada a ver com o dito centrão, que foi satanizado este nome, é ajudar a votar aquilo que interessa para o Brasil. Agindo dessa maneira terá o reconhecimento por parte da população — completou.