Como Vélez Rodríguez, que foi indicado para o ministério por Olavo de Carvalho, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, também tem ligações com o guru do bolsonarismo. Pouco antes da posse de Bolsonaro, em dezembro de 2018, o novo ministro e o irmão deram uma conferência na Cúpula Conservadora. Em sua fala, Abraham afirmou que ele e Arthur haviam adaptado as teorias de Olavo para derrotar no debate o "marxismo cultural" existente nas universidades, e que essa seria a contribuição que tinha a oferecer.
Em uma apresentação repleta de piadas, que definiu como "mais rock'n'roll do que MPB", defendeu o uso do humor para "vencer o desafio do comunismo":
— A gente ganha essa batalha não sendo chato. Conservador não significa que anda de Del Rey e terno velho. A gente tem de ser mais engraçado que os comunistas. A gente tem de ganhar a juventude.
Abraham alertou a plateia de que não se deve minimizar a ameaça representada pelos adversários políticos.
— Quando caiu o muro de Berlim, teve um monte de goiaba que falou: o comunismo acabou, agora podemos ficar tranquilos. Agora que o Jair Bolsonaro ganhou, falaram: o PT acabou, podemos ficar tranquilos. Não podemos. Essa turma vai voltar para casa. Eles são inteligentes. O meu inimigo é igual ou mais forte do que eu, senão eu sou um trouxa de não conseguir derrotar meu inimigo.
O novo ministro da Educação também citou ataques que fazia a ícones da esquerda durante suas aulas de microeconomia na universidade:
— Eu mostro as marcas, como é que você faz diferenciação, agrega valor. E aí ponho meu garoto-propaganda, que só usa roupa de grife, o Fidel Castro, playboy.
Também explicou que, nessas aulas, mostrava fotos com relógios de grife nos pulsos de Castro e de Che Guevara. Depois disso, vinha o que ele chamava de "sessão bônus", apenas para os alunos que quisessem permanecer, depois de concluída a aula propriamente dita. Seguiam-se acusações de racismo e misoginia a Che Guevara, bem como como ataques a Karl Marx, Trotsky e Lenin.
Na palestra de Foz do Iguaçu, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi lembrado por Abraham:
— Não posso xingar o Lula. Meu irmão é advogado, falou que não posso falar o que eu queria falar. Então, o sicofanta do Lula, ele nunca vai saber o que é um sicofanta, então eu posso falar — disse.