O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu, na tarde desta sexta-feira (12), em Porto Alegre, a intervenção no preço do diesel na Petrobras – praticada no dia anterior pelo seu pai, presidente Jair Bolsonaro. Conforme o parlamentar, a intervenção da Presidência da República nos preços definidos pela empresa deve ser praticada também sobre os demais combustíveis.
— É necessário. Eu acredito que, em alguma medida, isso aí (intervenção no preço) vale para todos (os combustíveis) — disse o deputado federal.
A intervenção, definida na quinta-feira (11), teve impacto negativo no mercado e nas ações da Petrobras nesta sexta (12). A postura intervencionista se opõe à orientação econômica liberal defendida pela maioria dos atores econômicos do governo. Questionado sobre o tema, Eduardo afirmou que a intervenção “não esmorece” o viés liberal da Presidência, e que, no mundo ideal, a medida não seria necessária.
— O mundo que a gente entende como perfeito é sem intervenção. Mas isso daí é feito a passos graduais. O ideal, no mundo liberal, é um país sem barreiras alfandegárias. Se reduzirmos a zero as taxas de importação e exportação, o produtor nacional vai quebrar? É óbvio que sim. O que temos que ter em mente é reduzir o custo Brasil, para colocar o mercado nacional em condições de competir de igual para igual com o internacional. Mas, é claro, no mundo ideal essa intervenção não existiria — disse.
As afirmações de Eduardo ocorreram no Palácio Piratini, em Porto Alegre, após encontro de cerca de uma hora com o governador Eduardo Leite. A reunião, solicitada pelo filho do presidente, foi articulada pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ruy Irigaray, também do PSL.
No encontro, Leite detalhou ao deputado federal a crise financeira do Rio Grande do Sul, as intenções do governo do Estado em aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a postura de não privatização do Banrisul. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, se colocou à disposição para ajudar o Estado em demandas federais.
— Se houver alguma pauta pertinente ao Estado (do Rio Grande do Sul), estarei lé em Brasília para escutar, debater e, muito provavelmente, para votar favorável também — disse o mais novo entre os filhos políticos do presidente.