O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (5) que trocará o comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Secretaria de Comunicação Social na segunda-feira (8). Segundo ele, assumirá o comando do órgão o publicitário Fábio Wajngarten, que ajudou na campanha presidencial de Bolsonaro no ano passado.
— Na Secom, vai ser o Fábio, do meio de vocês. Conheci há dois anos na comunidade israelita. Muitas vezes, recorri a ele com dúvidas — disse o presidente, durante encontro com jornalistas, no Palácio do Planalto.
Bolsonaro acrescentou sobre a comunicação do governo:
— Tem que melhorar e espero melhorar com o Fábio a partir de segunda.
Wajngarten substitui o publicitário Floriano Amorim, que foi chefe de gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
Ficam sob os cuidados da Secretaria de Comunicação a gestão de verbas e ações de publicidade e o atendimento à imprensa. A mudança na Secom ocorre após avaliação de que era preciso dar maior tecnicidade ao trabalho do órgão.
Nesse contexto, pesou o fato de a equipe econômica ter reforçado à Bolsonaro a necessidade de intensificar a publicidade da reforma da Previdência nos meios tradicionais de comunicação.
Wajngarten foi escolhido com aval da família Bolsonaro e com apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes. O atual ocupante do órgão, Amorim, foi escolhido para o cargo durante o governo de transição por indicação de dois filhos do presidente — do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), com quem atuava no gabinete.
Contudo, auxiliares do presidente vinham criticando sua gestão, argumentando que ele não tinha as qualificações técnicas necessárias para comandar a estrutura. Incomodou também a postura ideológica do secretário, que resistiu em aplicar recursos em canais de TV para publicidade da reforma da Previdência.
A equipe econômica defende que não é possível aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria sem uma massiva comunicação com a população, passando pelos meios tradicionais.
Bolsonaro se elegeu adotando tom crítico à imprensa e prometendo cortar dinheiro público para emissoras de TVs e jornais. Ele chegou a chamar a TV Globo de "inimiga" em conversa com o ex-ministro Gustavo Bebianno.
A escolha de Wajngarten foi elogiada pelo escritor Olavo de Carvalho, guru da nova direita brasileira e influente na família Bolsonaro.
— Alguém me disse que o Fábio Wajngarten foi convidado para dirigir a Secom. Será uma notícia auspiciosa. Espero que se realize — escreveu ele no Twitter.