Em entrevista ao programa Gaúcha+, o senador gaúcho Lasier Martins (Podemos) alertou que a crise institucional já está instalada no Brasil. Ele é um dos apoiadores do pedido de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.
— A crise institucional já está aí, está instalada e nós não vamos sair dela sem procuramos soluções, sem levarmos adiante os processos. Porque se nós não levarmos adiante os processos, isso vai se prorrogar indefinidamente por meses e meses.
Durante a sua fala, o senador opinou sobre o inquérito instaurado pelo presidente do STF Dias Toffoli no último 14 de março, com o objetivo de apurar fake news, ofensas e ameaças aos integrantes da Corte. A ação culminou no dia 15 de abril na censura de uma reportagem sobre uma menção a Toffoli, feita em um e-mail pelo empresário e delator Marcelo Odebrecht.
— Exatamente o Supremo ,que tem a missão principal de ser o órgão guardião da Constituição, está sendo o primeiro a infringir, na medida em que ataca o artigo 220 da Constituição, que é o da liberdade de expressão, liberdade de imprensa. Onde já se viu um ministro como o Alexandre de Moraes, mandar fechar a Crusoé e o Antagonista? Essa é uma infração grave.
Dentre as causas apontadas para a crise institucional, o senador acredita que o sistema de indicação dos ministros é um dos problemas, e relembrou um projeto seu que pretendia mudar isso. Lasier afirmou que esse é um "sistema de indicação de gente despreparada" para integrar a Corte.
— Então aí está o Toffoli, que não foi capaz de passar num concurso para juiz de direito, o Alexandre de Moraes, uma indicação do Temer, uma personalidade extremamente discutível (...) O Gilmar Mendes, que tem ligações conhecidas, ligações perigosas com políticos influentes do Brasil e o curso de direito público — disse o senador.
O senador classificou o momento que o Brasil está passando como o fim de uma época, gerando uma "eclosão das crises":
— Nós estamos vivendo a eclosão das crises, que se avolumaram. Houve primeiro no poder executivo, com mudanças profundas em decorrência de corrupções que o Brasil inteiro conhece. No legislativo, onde nas eleições de outubro o eleitorado brasileiro promoveu profundas mudanças e saudáveis mudanças (...) e agora chegando ao Judiciário, que está vivendo também sua eclosão.