O presidente Jair Bolsonaro chamou nesta segunda-feira (25), em sua conta do Twitter, o italiano Cesare Battisti de "herói da esquerda". A afirmação foi feita pelo chefe do Executivo após o ex-ativista reconhecer à Justiça italiana, pela primeira vez, que é responsável por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970, informa a imprensa da Itália.
O presidente afirmou que por anos denunciou "a proteção dada ao terrorista, aqui tratado como exilado político". Bolsonaro disse ainda que o italiano "vivia colônia de férias no Brasil proporcionada e apoiada pelo governo do PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB, MST)".
A afirmação foi seguida por uma foto em que aparece Battisti junto de políticos da esquerda, entre eles Eduardo Suplicy (PT), Chico Alencar (PSOL) e Ivan Valente (PSOL).
Battisti, de 64 anos, foi extraditado do Brasil em janeiro para a Itália, onde cumpre pena de prisão perpétua. Em 13 de dezembro passado, o Supremo Tribunal Federal ordenou sua prisão "para ser extraditado". A extradição foi assinada no dia seguinte pelo então presidente, Michel Temer, mas as autoridades brasileiras perderam seu rastro.
Por meio da geolocalização de celulares, usados para se conectar às redes sociais, ele foi detectado em Santa Cruz de la Sierra, onde as polícias boliviana e italiana prepararam sua prisão, efetivada em 12 de janeiro.
Ele havia solicitado o "status" de refugiado político na Bolívia, mas o governo de Evo Morales não deu prosseguimento ao pedido.