O presidente Jair Bolsonaro retomou o discurso de conciliação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em transmissão feita pela internet na noite desta quinta-feira (28). Após entrar em rota de conflito com o parlamentar, disse que os desentendimentos são “problemas menores” e que o Brasil está acima dos presidentes de poderes.
— É uma chuva de verão, acabou, estamos em paz. Na minha volta de Israel, se Deus quiser, eu vou lá almoçar, filar uma boia lá na Câmara com o Rodrigo Maia. Qualquer problema entre eu e o Rodrigo Maia, qualquer mal entendido, o Brasil está acima de nós, então não tem que discutir estes problemas menores mais — disse.
Bolsonaro viajará a Israel no próximo sábado (30), em sua quarta viagem internacional.
Ao final do vídeo, quando encaminhava o encerramento, o presidente disse que estava sendo lembrado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que era necessário ainda falar sobre a reforma da Previdência. Relembrou a indicação do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) como relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e defendeu o projeto.
— Contamos com os 513 deputados e 81 senadores para que aperfeiçoem a proposta, dê devida celeridade, para que o Brasil possa decolar no tocante à economia — afirmou.
Bolsonaro, que já admitiu que, enquanto parlamentar, sempre se posicionou contra as propostas de reforma da Previdência, disse que a situação, agora, está insustentável.
— Eu gostaria que homem se aposentasse com 25 anos e mulher com 20, mas, como está a Previdência posta no momento, até 2022, ou até antes, quebra — argumentou.
Na transmissão, Bolsonaro também justificou a exoneração nesta quinta da presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) a ex-deputada Teté Bezerra. O motivo, segundo o presidente, foi um jantar que seria patrocinado pela Embratur, ao custo de R$ 290 mil.
Pardais
A exemplo do que já tinha feito em outra transmissão na internet, Bolsonaro criticou o que chama de "indústria da multa". O presidente disse que não quer novos pardais do país, por isso cancelou solicitações de instalação de oito mil pardais em rodovias do país.
— É indústria da multa, é para meter a mão no teu bolso, não vamos achar que meia dúzia de pessoas aqui no Brasil estava preocupada em você não sofrer acidente na estrada — asseverou.
Além de motoristas particulares, Bolsonaro disse que a medida irá atender a um pleito dos caminhoneiros. O presidente ainda ressaltou duas medidas anunciadas nesta semana pela Petrobras: previsão de reajustes do valor do diesel a cada 15 dias e a criação de um cartão que permitirá a caminhoneiros pagarem preço fixo do diesel nos postos com a bandeira BR (Cartão Caminhoneiro).