O presidente Jair Bolsonaro definiu idades mínimas para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres. O piso será incluído na nova reforma da Previdência que chegará ao Congresso Nacional na próxima quarta-feira (20).
O martelo foi batido nesta quinta-feira (14), na primeira reunião realizada pelo presidente com sua equipe econômica para tratar do assunto, após a cirurgia realizada em 28 de janeiro para a retirada da bolsa de colostomia.
Após o encontro, que durou cerca de duas horas no Palácio do Alvorada, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, foi escalado para anunciar a decisão.
De acordo com ele, a decisão é uma opção intermediária, já que havia discordâncias entre a equipe econômica do governo e a sugestão do presidente. Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendia a idade mínima de 65 anos para trabalhadores de ambos os sexos, com período de transição de 10 anos, Bolsonaro era simpático a adoção de 65 anos para homens e 60 para mulheres, com transição de 20 anos.
— O presidente teve sensibilidade. Entendeu as condições da economia, fez a distinção dos gêneros. Ele acha importante que a mulher se aposente com menos tempo de contribuição e trabalho, e nós conseguimos encurtar essa questão da transição — comentou.
Marinho evitou comentar detalhes da proposta, como quais serão as regras para quem já está no mercado de trabalho ou as idades mínimas iniciais, que valeriam no início do período de transição. Nos bastidores, o anúncio limitado às idades é um balão de ensaio. Além de observar o impacto da informação no Congresso, será possível alterar questões pontuais até a apresentação do texto final.
A divulgação dos demais pontos da reforma ocorrerá somente após a entrega do texto integral a deputados e senadores, na próxima semana, como “deferência ao Parlamento”.
O texto discutido com Bolsonaro foi fechado nas últimas semanas. Mesmo durante a internação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o presidente foi informado por telefone do trabalho dos técnicos do Ministério da Economia.
— O presidente estava sendo informado periodicamente. Hoje nós voltamos a ele com o texto finalizado. Tivemos ontem (na quarta-feira) uma conversa longa com o (ministro) Guedes, onde ele fez ponderações para aperfeiçoar o texto — mencionou Marinho.
Questões como alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC), aposentadoria rural e a inclusão de militares na reforma não foram comentadas.
Ao ser perguntado se a projeção de economia com a proposta seria mantida em R$ 1 trilhão, como já mencionado por Paulo Guedes, ele apenas indicou:
— Se o ministro comentou...
Além de Bolsonaro, Guedes e Marinho, participaram do encontro o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz.