O promotor Claudio Calo, escolhido como responsável pelo caso do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta movimentações financeiras atípicas do ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) Fabrício Queiroz, decidiu não seguir no caso. A medida ocorre após polêmica envolvendo postagens de Calo sobre a família do presidente, Jair Bolsonaro (PSL), em sua conta no Twitter. O promotor disse que a decisão é de "cunho pessoal".
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) deve definir na quarta-feira (6) o nome do substituto, que será responsável por conduzir as investigações. Calo diz que a decisão ocorre após "profunda reflexão jurídica, em respeito à imagem do MP-RJ e às investigações, até mesmo diante da repercussão que o episódio vem tendo na mídia".
As publicações foram feitas antes de ele receber o caso, na segunda-feira (4). Em uma das postagens, Calo disse que o relatório do Coaf não necessariamente indica crime e compartilhou posts feitos por Flávio Bolsonaro anunciando que iria dar entrevistas à imprensa.
Ele também compartilhou um post feito pelo irmão de Flávio, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), em que ele critica a abordagem da imprensa à viagem de seu pai para Davos.
Calo disse, por meio de nota, que a investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro deve ser conduzida pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal tabelar. Mais cedo, o promotor havia informado que estava analisando se ficaria com o caso. "Não se trata de declínio de atribuição, pois a atribuição, como se sabe, é da 24ª PIP, mas trata-se de questão de cunho pessoal. Desta forma, desligo-me do caso referido", escreveu.
No ano passado, Claudio Calo assinou a denúncia contra os ex-chefes da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Carlos Leba, acusados de crimes contra a Lei de Licitações. Na ocasião, o Ministério Público pediu o afastamento de Barbosa do cargo, o que a Justiça acabou negando.