O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Fraga Araújo, fez, em seu discurso de transmissão de cargo nesta quarta-feira (2), duras críticas ao que chama de "globalismo", termo que significaria "a globalização econômica ditada pelo marxismo cultural", de acordo com a sua própria definição.
A mensagem foi repleta de citações a poetas, músicos e seus inspiradores. Foi citada Monte Castelo, música de autoria de Renato Russo, que coloca a passagem bíblica de Coríntios "É só o amor que conhece o que é verdade".
Ernesto também disse que era necessário "ver menos CNN e ouvir mais Raul Seixas, ler menos New York Times e mais José de Alencar". Isso porque, segundo ele, o Brasil sofre de "oikofobia" — aversão, ódio ao próprio lugar — e "teofobia" — aversão, ódio a Deus.
O novo chanceler também saudou a inspiração de Olavo de Carvalho, a quem considera mentor. Ao citar o escritor, disse que o Brasil "sabe o que é", afirmando que muitos duvidam da grandeza e do papel que o país deve desempenhar.
— Vamos lutar para reverter o globalismo e empurrá-lo de volta a seu ponto de partida. Não mergulhemos nessa piscina sem água que é a ordem global — declarou.
Araújo também afirmou que vai trabalhar pela desburocratização de embaixadas no Exterior. A ideia do novo chanceler é a de transformar estes órgãos em escritórios de negócios, para estimular o comércio externo brasileiro.
O novo ministro comemorou ainda o fato de a pasta que ele assumiu ter mantido sob seu guarda-chuva a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Ainda segundo ele, um dos seus objetivos é estar junto ao setor produtivo nacional, apoiando o agronegócio:
– O Itamaraty terá a partir de agora o perfil que jamais teve.