O governo do presidente Jair Bolsonaro quer retirar do passaporte brasileiro o brasão do Mercosul e adotar o Brasão da República no documento usado para identificação de cidadãos e viagens ao exterior.
A medida consta em documento divulgado na tarde desta quarta-feira (23) pela Casa Civil com as ações que a gestão pretende realizar nos primeiros 100 dias. Segundo o texto, o objetivo é "fortalecer a identidade nacional e o amor à Pátria".
A mudança está entre as duas ações listadas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) como prioritárias para o início do governo. Elas foram apresentadas a Bolsonaro pelo chanceler, Ernesto Araújo, e acatadas pelo presidente.
Além da modificação na identidade visual do documento, o MRE pretende também reduzir tarifas para Mercosul.
"Aperfeiçoar instrumentos favoráveis ao setor produtivo por meio de redução tarifária e dinamização da agenda externa. Mais exportações e barateamento dos insumos e de produtos e serviços para o cidadão", diz o texto.
O documento não detalha, por exemplo, com quais países o Brasil pretende intensificar seu comércio.
A relação com o Mercosul tornou-se uma incógnita depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter dito logo após a vitória de Bolsonaro que o bloco não seria prioridade.
Em reunião com o presidente argentino, Maurício Macri, na semana passada, Guedes aproveitou a visita do mandatário do país vizinho para desfazer o mal-estar e disse que o Mercosul teria papel de destaque nas relações comerciais do Brasil.