O governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse nesta terça-feira (1º), ao ser empossado, que herdará "um Estado à beira do colapso", com um déficit orçamentário da ordem de R$ 3,4 bilhões.
— A partir de amanhã, vou assinar dezenas de decretos cortando na carne, no osso. Para dizer que a máquina pública não pode ser motivo de mordomias, de negociatas, de benefícios, de contratos fora dos limites e de uma máquina que, cada vez mais, corroem o patrimônio público — prometeu Caiado, listando as bases de seu projeto de governo.
— Desafio qualquer prefeito aqui presente a dizer que o Estado está em dia, que está cumprindo determinações constitucionais — disse o novo governador de Goiás, lembrando que, devido ao grau de endividamento, o Estado não conta com o aval da União para contrair novos empréstimos.
Caiado relatou que, ao se reunir com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu que "voltassem a atenção para Goiás neste momento em que herdo uma dívida de dois meses de salário dos servidores; de mais de R$ 140 milhões em empréstimos em que a União é avalista e que não temos como pagar, o que pode levar ao bloqueio do repasse do Fundo de Participação dos Estados", acrescentando que há hospitais fechados por falta de recursos, fornecedores que não recebem pelos serviços prestados e prefeituras que há mais de 10 meses não recebem os repasses estaduais para as áreas da saúde e de transporte escolar.
Ao criticar seus antecessores, o governador prometeu estabelecer uma política social solidária, que assegure aos "verdadeiros necessitados condições de progredir". Ele prometeu, ainda, enxugar a máquina pública para tentar reverter a crise fiscal.
— Primeiro, tolerância zero com a corrupção. Segundo, valorização do servidor público. Combate às desigualdades regionais, pois não posso admitir termos, no estado, regiões tão distintas e pessoas com tantas dificuldades no seu dia a dia. A velha política foi sepultada — finalizou.