Recém anunciado secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do futuro governo, o deputado Covatti Filho (PP) confessa não ter posição formada sobre duas questões que podem ter forte impacto na questão agropecuária do Estado. A primeira dúvida é: o Rio Grande do Sul deve buscar, em 2019, autorização para não mais vacinar o seu rebanho contra a febre aftosa? Segundo Covatti, essa resposta, que divide especialistas, virá de futuras conversas com o setor.
— A gente vai fazer um acompanhamento, reunir as entidades que cuidam desse assunto, não podemos esquecer que temos fronteira com o Uruguai e a Argentina, então a gente vai reunir, falar com a ministra Tereza Cristina, e fazer tudo que for melhor para os produtores. Ainda não (temos posicionamento) — ponderou Covatti.
Outro tema que Covatti ainda não tem posição diz respeito à proposta do presidente eleito Jair Bolsonaro de mudar a sede da embaixada brasileira em Israel (de Tel Aviv para Jerusalém). A ideia é considerada uma afronta pela Liga dos Países Árabes, grupo de nações que reúne importantes mercados da carne brasileira, que poderiam reduzir as importações como forma de retaliação.
— Eu não penso muito nessa questão dos países árabes, que é mais de diplomacia. É claro que nos aflige muito porque nós do Rio Grande do Sul fazemos essa exportação. Mas hoje, de imediato, uma das primeiras ações que temos que fazer é voltada ao Mercosul. Temos crise do leite, de uma série de produtos. Eu não tenho opinião formada sobre isso (mudança da embaixada brasileira). Tem que fazer uma análise, ver números, mas óbvio que vou defender os produtores gaúchos — disse o futuro secretário.
Análise
Novo secretário tem como primeiros desafios dois temas extremamente sensíveis
Leia a coluna
Covatti Filho foi anunciado pelo governador eleito Eduardo Leite na manhã desta sexta-feira (21). No anúncio, Leite destacou:
— Deputado Covatti Filho vai ser o único secretário mais jovem que o governador. Conseguimos um secretário mais novo que o governador — gracejou Leite, destacando que Covatti já presidiu a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos deputados.